
Imagem: À esquerda, A Virgem de Guadalupe, c. 1531, óleo e têmpera sobre tecido, Santuário da Virgem de Guadalupe, Cidade do México, e à direita, Nuestra Señora de los Milagros (La Conquistadora), madeira policromada e dourada, Museo de San Ignacio, Paraguay.
Ao longo do século XVI, se consolida a representação da Virgem sobre o crescente lunar que chega à América na invocação da Virgem de Guadalupe, cuja primeira representação conhecida data de 1531. Na Europa a representação da Virgem associada ao crescente lunar parece ter se difundido largamente através dos livros de horas – livros de oração utilizados por boa parte da comunidade letrada européia. Note-se que até então este conjunto de atributos foi associado com a Virgem, e não especificamente com a Imaculada. Mas é justamente entre os séculos XVI e XVII que aparecem as primeiras representações da Imaculada Concepção como a reconhecemos hoje. Ao crescente lunar, foi adicionada a serpente que por vezes aparece mordendo uma maçã, numa clara alusão à expulsão de Adão e Eva do paraíso.
Embora a associação da Virgem com a lua tenha sido herdada da Vênus romana, ela também aparece no Cântico dos Cânticos e na Litania. Seu aparecimento sob os pés da Virgem, assim como a adição da coroa de doze estrelas e da serpente – que a partir do final do século XVI freqüentemente aparece sob os pés da Imaculada – ao seu repertório de atributos se consolidou através da associação da invocação da Imaculada Concepção com a mulher do Apocalipse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário